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Mitos e Verdades sobre Buenos Aires

Torre dos Ingleses


Todo mundo tem uma super opinião sobre a capital argentina. Eu mesma colhi muita informação antes de ir pela primeira vez e, como é de se esperar, tinha uma idéia pré-concebida antes mesmo de embarcar. Muitas coisas foram confirmadas, outras, você percebe que são idéias muito superficiais sobre um povo tão complexo. Outras são mentiras deslavadas mesmo.

Verdades:

Fonte: myvillacrespo.com

1. Táxi é realmente muito barato. Pra quem mora, como eu, numa capital micro (Vitória), onde uma corrida no mesmo bairro pode chegar a R$ 15, cruzar a cidade toda por AR$ 20 (hoje, menos de R$ 10) é uma barbada.

2. Os argentinos são loucos por futebol. Sim, em todos os lugares se fala muito no esporte, os taxistas passam as tardes ouvindo narração de jogo no rádio, todos têm opinião sobre o futebol europeu, brasileiro, equatoriano, etc. (risos)

3. Dentista é artigo de luxo na cidade. Isso, na verdade, é uma meia-verdade, porque nunca conversei com um argentino sobre isso. Mas é incrível a quantidade de argentinos com dentes desalinhados.

4. Argentinos fumam muito. Demais mesmo. E em todos os lugares. Há restaurantes com lugares reservados aos não-fumantes, mas em geral, não há estranhamento em se acender cigarros em qualquer parte. Aqui, no Brasil, há uma patrulha incessante anti-tabaco. Parece que lá, isso não existe.

5. As coisas, em geral, são mais baratas que no Brasil. Dá pra economizar, em média, uns 20%. O que, obviamente nem sempre compensa.

Fonte: claffe.com.br


6. A cidade é linda e tem um clima europeu, muitos cafés.

7. A comida é deliciosa. E tem muitos restaurantes. E muitos cafés. E muitos bares.

8. Você sempre vai querer voltar…

Os maiores mitos:

1. “Todos os taxistas são ladrões”. Não são! Todos os que peguei foram bem honestos. Não sei se foi porque não demos mole, ou porque demos sorte, mas todos foram honestíssimos. Nem todos foram extremamente simpáticos, mas todos fizeram bem o seu papel. É só ter atenção. Ficar atento ao percurso (de preferência, olhar um mapa antes), usar notas baixas para pagar a corrida (evita receber notas falsas de troco), são atitudes que minimizam riscos de pequenos golpes.

2. “Argentinos desprezam brasileiros”. É claro que há uma rivalidadezinha e uma grande comparação (nós nos comparamos com eles e eles com a gente), mas, em geral, eles são solícitos, bem educados e têm muita boa vontade para nos entender e nos ajudar. Claro que sempre existem depoimentos de brasileiros que foram mal tratados, mas pessoas grossas existem em todos os lugares e não dependem da relação brasileiroXargentino.

3. “As coisas lá são de graça”. Mentira! As coisas são levemente mais baratas, como dito acima, mas não existe preços irrisórios. Se se pretende comer bem, se pagará por isso. Não existem jaquetas de couro a R$ 20. O que é muito barato, assim como no Brasil (e em qualquer outra parte do mundo), geralmente é de má qualidade.

4. “É uma cidade perigosíssima”. Achei a segurança razoável para uma grande cidade sul americana, de um país em crise, com má distribuição de renda, assim como o Brasil. Dizem que a criminalidade aumentou de 2009 para cá, mas não há muitos relatos de violência, são furtos e pequenos golpes, onde os meliantes se aproveitam da falta de atenção dos turistas.

Fonte: new-ag.info


5. “A comida é ruim”. Essa é da minha mãe, que ficou menos de 48 em terras portenhas e acha que pode definir a culinária da cidade através dos dois restaurantes que ela foi, indicados pelo taxista. Não estou criticando minha mãe, mas esse é um pensamento até recorrente em fóruns da internet. “A carne é sem sal”. É. Mas, por isso mesmo é tão macia. Enfim, a gastronomia de BsAs é muito mais que as parrilladas pega-turista.

6. “Os outlets são imperdíveis”. Eu andei e não achei nada demais. Os preços nas lojas mais conhecidas estavam os mesmos do shopping (exemplos: Lacoste, Puma, Nike e Levi’s) e o que estava uma pechincha era o restolho. Claro que existem boas oportunidades, mas acredito que sejam mais pontuais. Não colocaria os outlets como atração turística. É aquele lugar que você vai se der tempo.

7. “É um país decadente”. A gente está acostumado ao noticiário econômico, relatando crise, instabilidade política, mas não pensem que o país está lotado de mortos de fome em meio aos casarões e edifícios luxuosos de 1900. A pobreza é grande, alguns perderam o poder de compra, mas ainda há muita gente rica. Grandes marcas como Hermès, Louis Vuitton, Nina Ricci, Salvatore Ferragamo, Cacharel, Carolina Herrera, Christian Lacroix, e outras maisons européias estão por lá. Há bons carros, os restaurantes não são frequentados apenas por turistas e as mulheres, principalmente na Recoleta, estão impecáveis.

8. “Buenos Aires é só Casa Rosada, Calle Florida e Caminito”. Juro que ainda há gente que pensa assim. Caso você ainda pense assim, preciso dizer que a cidade é muito mais que isso. Há muitas Buenos Aires. Há aquela loucura do Microcentro. Há o colorido do Caminito. Há a sobriedade da Avenida de Mayo. Há a nostalgia de San Telmo. Há a modernidade de Puerto Madero. Há a aristocracia da Recoleta. Há a descolada Palermo. E há Abasto, Belgrano, Villa Crespo. Há muitas Buenos Aires para se ver, se sentir, se viver.